Como o próprio nome indica ortóteses plantares são dispositivos aplicados ao pé, mais comumente conhecidos como palmilhas. Estas podem ser aplicadas para determinadas finalidades tais como:
– Alinhamento do pé para a posição mais funcional;
– Diminuição de pressões excessivas na superfície plantar;
– Amortecer impactos;
– Diminuir atrito dentro do calçado;
– Acomodar ou corrigir deformidades mediante a flexibilidade das mesmas;
– Fornecer suporte e estabilidade às estruturas do pé e limitar movimento indesejado;
As ortóteses plantares podem ser classificadas de diversas maneiras. Assim, de acordo com o processo de elaboração, então divididas em:
– Por elementos ou modulares: construídos a partir de uma base, à qual se vão adicionando elementos de contenção, estabilização e/ou descargas que se podem elaborar à medida das necessidades do paciente;
– Termomoldadas: elaboradas sobre molde gessado retificado do pé do paciente realizando as manipulações oportunas. A adaptação dos materiais realiza-se mediante calor e vácuo, e a estabilização e acabamento por desbaste/polimento das superfícies. Frequentemente este tipo de palmilha oferece um melhor ajuste devido ao grau elevado de personalização oferecendo assim melhores resultados.
– Mediante tecnologia 3D: é realizado um scan do membro do paciente e todas as retificações e construção da palmilha efetuadas digitalmente em software próprio. Posteriormente o produto final é impresso ou obtido através de fresado de bloco de material elegido. Devido a ser uma tecnologia recente o resultado da elaboração digital de palmilhas ainda não apresenta resultados concretos, no entanto é atribuído um grau superior de personalização quando comparado com as termomoldadas.
Em função dos materiais utilizados na sua elaboração existem 3 tipos de palmilhas:
– Flexíveis: essencialmente elaboradas com materiais de baixa densidade, tendo como objetivo o amortecimento e distribuição de pressões;
– Semirrígidas: combinação de materiais de alta e baixa densidade de forma a obter estabilização e amortecimento e pontos alvo do pé de acordo com as necessidades do paciente;
– Rígidas: palmilhas elaboradas essencialmente com materiais de alta densidade e baixo teor de amortecimento;
Os materiais mais utilizados na elaboração de palmilhas são os plásticos como o poliuretano, resinas, e espumas de alta e baixa densidade como as EVA’s.
A combinação ótima dos materiais é um fator critico para a correta funcionalidade da palmilha. Este fator, acompanhados pelo correto design da palmilha determinam o grau de eficácia no desempenho da função para a qual o produto foi prescrito.
Tendo em conta os materiais utilizados e o processo de elaboração utilizado, as palmilhas podem ser divididas em corretivas ou acomodativas:
– Palmilhas de correção, recomendadas quando se pretende corrigir/controlar um desvio ou deformidade biomecânica flexível para a melhor posição possível. Este tipo de ortótese possui um maior nível de controlo estrutural. Um exemplo muito comum é o pé plano valgo, mais conhecido como “tornozelos para dentro”.
– Palmilhas acomodativas, recomendadas quando não existe necessidade de correção ou quando o desvio ou deformidade já são muito rígidos e impossibilitam a correção. Assim o objetivo terapêutico passa pelo aumento de conforto e diminuição da dor associada à marcha.
A necessidade de utilização de uma ortótese plantar recai essencialmente sobre 3 categoriais principais:
– Desporto: a necessidade de utilização de ortóteses plantares no desporto está normalmente associada à prevenção de lesões. (aqui mencionar o artigo de blog sobre a revisão das palmilhas e calçado no desporto)
– Necessidade médica: são diversas as aplicações das ortóteses plantares no universo do tratamento médico, seja através de alívio de pressões exageradas como através da promoção do correto alinhamento biomecânico. Como exemplo apresentamos a prevenção de ulceração do pé diabético (patologia e intervenção que podem ver mais aprofundada neste artigo de blog (direcionar para o artigo)) – podemos ir acrescentando depois aqui mais blogs de referência à medida que se for fazendo mais patologias
– Conforto: por vezes existem circunstâncias em que a correção de deformidades ou desvios não é possível ou simplesmente existe a procura por melhor acomodação do pé dentro do calçado, por uma situação profissional que exige bastante tempo de pé ou andar bastante, ou outro tipo de circunstância do quotidiano.
Por fim, quando se fala de palmilhas é muito importante mencionar a importância de utilizar um calçado adequado. A escolha do calçado adequado tem a capacidade para otimizar as opções de tratamento de maneira assegurar proteção para pés, pois permitem não só criar um ambiente livre de pressões como permitem a adição de elementos terapêuticos como o feltro ou rocker soles. Nos sapatos por medida fatores como o peso, densidade e tipo de material podem ser considerados de modo a acomodar necessidades do paciente
A combinação harmoniosa entre o calçado e as ortóteses plantares é o que irá garantir o sucesso da intervenção.
Dada a informação disponibilizada torna-se percetível que o requisito fulcral para obtenção de ótimos resultados com a utilização de palmilhas está inteiramente dependente da uma intervenção adequada. Assim, os 3 pilares de um tratamento ortotésico corretos são:
– Bom diagnóstico, realizado pelos profissionais com competências para o fazer;
– Eleger o tipo de ortótese mais adequado a cada paciente de acordo com o diagnóstico realizado
– Acompanhamento da progressão do paciente e efetuar ajustes ou modificações quando necessário de modo a potenciar a recuperação e funcionalidade do paciente;