Úlcera de Pressão
O que é?
Uma úlcera de pressão (UP) é definida como sendo uma zona do nosso tecido interno ou da pele, que tem uma lesão por sua vez originada por um ponto de pressão contínuo. A Úlcera de pressão vai afetar os tecidos moles da pele como a derme, a epiderme e tecidos subcutâneos como a gordura ou músculo.
Classificação
Segundo a EPUAP ( European Pressure Ulcer Advisory Panel ) 2016, as úlceras de pressão podem ser classificadas nas seguintes categorias:
Imagem – National Pressure Ulcer Advisory Panel EPUAP e PPPIA
Categoria 1 / Grau 1 ( I )
Eritema não branqueável em pele intacta
Pele intacta com eritema não branqueável numa área localizada. É difícil de identificar em indivíduos com a pele mais escura. Alterações na cor não incluem descoloração arroxeada ou acastanhada. Estas podem indicar úlcera nos tecidos mais profundos8.
Imagem – National Pressure Ulcer Advisory Panel EPUAP e PPPIA
Categoria 2 / Grau 2 ( II )
Perda parcial da espessura da pele com exposição da derme
Numa úlcera de categoria 2, já existe uma perda parcial da espessura da derme, o leito da ferida é rosado ou avermelhado, por norma húmido e pode apresentar-se de duas formas, intacto ou com uma bolha serosa rebentada.
Neste grau não é visível tecido adiposo e/ou tecidos profundos, crosta, tecido necrótico ou escara. Estas úlceras são frequentemente o resultado de microclima adverso e lesões da pele na zona pélvica e calcanhares. Este grau não deve ser utilizado para descrever danos provocados por excesso de humidade (MASD), incluindo dermatite associada a incontinência (DAI), dermatite em áreas intertriginosas (ITD), lesões da pele relacionadas com adesivos médicos (MARSI) ou lesões traumáticas (fissuras da pele, queimaduras e abrasões).
Imagem – National Pressure Ulcer Advisory Panel EPUAP e PPPIA
Categoria 3 / Grau 3 ( III )
Perda total da espessura da pele
Pele intacta com eritema não branqueável numa área localizada. É difícil de identificar em indivíduos com a pele mais escura. Alterações na cor não incluem descoloração arroxeada ou acastanhada. Estas podem indicar úlcera nos tecidos mais profundos8.
Imagem – National Pressure Ulcer Advisory Panel EPUAP e PPPIA
Categoria 4 / Grau 4 ( IIII )
Perda total da espessura dos tecido
Existe uma perda total da espessura da pele e dos tecidos, com fáscia, músculo, tendão, ligamento, cartilagem ou osso visível ou diretamente palpável na úlcera. Tecido necrótico ou escara podem estar presentes e verifica-se frequentemente uma retração das bordas da ferida. A profundidade vai variar consoante a localização anatómica da mesma. Se existir tecido necrótico ou a ocultar a extensão/profundidade, trata-se de uma úlcera que não se pode classificar.
Úlceras Inclassificáveis
Existe perda total da espessura da pele e dos tecidos, devido à presença de tecido necrótico ou escaras. Neste estado não é possível identificar a extensão dos danos, é preciso fazer o desbridamento da ferida e só depois é possível confirmar o grau da úlcera.
No calcanhar ou membro afetado, a necrose/escara estável (isto é, seca, intacta e sem eritema ou flutuação), não deve ser suavizada ou removida,
Fatores de Risco
Alguns destes casos apresentam elevado risco de criar uma úlcera de pressão.
– Indivíduos com mobilidade reduzida ou sem mobilidade. Estes indivíduos muitas das vezes passam maior parte do tempo sentados em cadeiras de rodas ou acamados. É preciso fazer o posicionamento destes indivíduos várias vezes ao dia para diminuir o risco de criar uma úlcera de pressão.
– Indivíduos amputados com próteses. Estes indivíduos são de elevado risco porque passam o seu dia a dia a usar um dispositivo externo, que mal-adaptado pode levar a irritação na pele e pontos de pressão indesejados.
– Indivíduos com baixa sensibilidade. Estes indivíduos são considerados de risco porque não sentem pressão a ser aplicada na sua pele. Esta falta de sensibilidade faz com que mantenham a mesma posição durante longos períodos, aumentando o risco de criar uma úlcera de pressão.
– Indivíduos malnutridos. Indivíduos com uma má alimentação demoram mais tempo a completar o processo de cicatrização9.
– Idade. Com o avançar da idade a pele vai também envelhecendo ficando mais fina, logo, mais sensível e fácil de lesionar9.
Causas
As Úlceras de pressão aparecem quando os nossos tecidos moles ficam sujeitos a uma força externa de suporte, durante largos períodos de tempo. Durante esse tempo os nossos tecidos moles ficam sujeitos a uma força externa que vai exercendo uma pressão constante deformando esses mesmos tecidos. O exemplo mais comum é quando está sentado numa cadeira durante muito tempo.
Diagnóstico
Perante sintomas suspeitos, o médico pode prescrever alguns exames, tais como análises ao sangue, endoscopia (permite a visualização da zona afetada através da introdução de um tubo flexível chamado endoscópio), ecodoppler e outros exames complementares.
Sintomas
Nas úlceras de pressão os sinais podem variar. Geralmente começam com uma descoloração da pele e acaba por evoluir para uma ferida aberta mais ou menos profunda, com sangramento e que acaba a originar uma infeção. Outros sintomas como o inchaço da pele, dor, formigueiro ou alterações na sensação de temperatura também se podem manifestar
Tratamento
Na úlcera de pressão, a prevenção é o mais importante. Quando já não é possível prevenir, o tratamento passa pela limpeza e desinfeção, bem como por antibióticos para curar uma eventual infeção por bactérias.
O estado / grau da úlcera de pressão é sempre tido em consideração antes de se projetar uma terapêutica. Após se determinar o grau, tem que ser limpa com uma solução salina. Depois da limpeza da úlcera, esta tem que ser mantida num ambiente limpo e coberta com uma ligadura apropriada.
Estas ligaduras especificas podem ser à base de espuma ou o que se usa nos dias de hoje, ligaduras de alginato. Em algumas das situações é necessário haver um desbridamento da ferida. Este processo é o mais importante da terapêutica pois estamos a limpar a ferida e a retirar todo o tecido morto existente.
Um acompanhamento terapêutico especializado é o mais importante para haver sucesso na terapêutica usada. Posicionamento, materiais ortopédicos e um bom tratamento da úlcera são os pontos chaves num bom tratamento.
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